domingo, 1 de setembro de 2013

Sementes de amor

Nos últimos tempos, sempre após a minha menstruação, sinto certa ansiedade. Tento me distrair com milhares de coisas que me interessam, mas bastam  apenas um instante de silêncio, de reflexão,  lembrar ou ver, às vezes,  a pessoa que amo, ou o simples contato com o meu novo sobrinho, para ela voltar.
 
Ao mesmo tempo que a natureza é generosa com a mulher pela dádiva divina do poder de gerar a vida, também impõe os seus limites. O tempo! É difícil aceitarmos, mas é natural que seja assim. Afinal, um ser, para ser gerado, precisa de um meio propício, saudável e equilibrado, para se desenvolver.
Os sinais do tempo não são apenas externos, atingem nosso corpo como um todo, e um ou vários órgãos sofrem seus efeitos. O tempo também nos traz problemas de saúde que, direta ou indiretamente, acabam por atingir os órgãos do aparelho reprodutivo e que acabam por comprometer a nossa capaciade de gerar a vida. 
Li recentemente numa revista científica que estudos têm mostrado que os homens também sofrem esses efeitos, com mutações congênitas no DNA dos espermatozóides, provocadas por fatores externos e internos, decorrentes das condições, hábitos  e falta de qualidade de vida.

Sempre quis ser mãe. Desde criança sonhava que, quando casasse, teria a casa cheia de filhos. Bem, nunca tive a sorte, ou a benção, de encontrar a pessoa certa. Recentemente, como já relatado em outros posts deste blog, pensei ter encontrado essa pessoa. Desde então, me sinto feliz, cheia de esperanças. Em outros momentos, me sinto triste, porque fico pensando que talvez não seja sequer uma possibilidade na vida dele.
Não me apaixono com facilidade e como amei-o desde o primeiro instante, e ainda o amo, cheguei a sonhar, naturalmente, com um filho seu.

Alguns problemas parecem ser fáceis de solucionar, e para muitas pessoas, são mesmo. Mas este, especificamente, não é para mim. Preocupada com o tempo fértil  que me resta e querendo ser prática, consultei, tempos atrás, sites de clínicas que fazem inseminação artificial. Encontrei também, na Internet,  possíveis doadores nacionais e estrangeiros que, sensibilizados com algumas mulheres, independente de seus problemas e do que as impedem de ser mãe, se oferecem para ajudar.

Parece um caminho a escolher, uma porta que deixo aberta, mas sempre que me olho no espelho e imagino aquele barrigão, sinto, na verdade, certa tristeza. Não era para ser assim! Na verdade, tenho medo de não amar um bebê que não seja dele também. 

Quando amamos, os seres que geramos são como se fossem uma extensão da pessoa amada. Enquanto crescem, vemos, identificamos, qualidades e defeitos da pessoa amada neles, e é, por isso, muitas vezes, que nossos filhos nos parecem tão especiais e são tão amados, já  desde antes de nascerem.

Deus, será que ainda posso ter esperanças?

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