domingo, 29 de setembro de 2013

Raios de sol no outono da vida.

 
 
A Criação de Adão, por Michelangelo Buonarotti.(*)
 
Neste final de semana pude enxergar com certa nitidez a nova fase que se inicia em minha vida. Antevista desde o último post, quando ainda me sentia meio perdida, já sabia existir o caminho que me traria até aqui. De fato, ainda há muito a percorrer... e a estrada que se mostra parece maior até que a própria dimensão temporal que sinto para a minha vida, mas...é bom que seja assim!

Era tarde, sábado nublado, estacionei em frente ao Casa Park, onde pretendia ir até uma livraria que fica no local. Não quis levar o guarda-chuva, que está sempre no carro para as emergências, pois, estranhamente, sentia-me tão bem que aqueles pingos de chuva no meu rosto só me traziam felicidade. Em certo momento, parei ali mesmo, no estacionamento, e , abrindo os braços enquanto olhava para o céu, girei meu corpo, acho que umas três voltas. Percebi que algumas pessoas me observavam, e que poderiam achar que estava louca, mas isso não importava! Estava sentindo,  finalmente, ter encontrado o caminho para encontrar a divindade que há em mim, conforme o mantra de Brahma. É com base nesse mantra que os hindus se saúdam com o NAMASTÊ - O deus que há em mim saúda o deus que há em você!

Na livraria, não só encontrei o livro que procurava, mas também outros excelentes, que me ajudarão muitos nos estudos sobre estilismo. Devo ter ficado um bocado de tempo lá, porque sentia vontade de lê-los ali mesmo. Enfim, fui embora, gastando uma pequena fortuna, porém muito feliz.
Passei em alguns outros lugares, conforme planejado, e quando voltava para casa, pensando na quantidade de trabalho que tinha pela frente, mas que, antes, com os conhecimentos a serem assimilados, seriam, certamente desenvolvidos com maior qualidade, com grande otimismo, lembrei de alguns  ensinamentos de Buddha:
“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.”
“Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele.”
Está em mim a chave para alcançar a plenitude divina, a realização através do poder da criação, e a necessária (re)novação na busca da felicidade e da paz para o meu ser atormentado já há algum tempo.
“A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.”
Eu mudei! Nestes últimos dias, tenho vivido mais o presente, explorado e me deliciado com cada novo/pequeno aprendizado e tenho dividido as alegria desses momentos com meus queridos pais, surpresos com a minha transformação. É sempre bom poder fazer o que se gosta!
Nos últimos meses, quase todos os dias, eles me viam chegando triste do trabalho, ou das aulas. Sentiam receio de que eu estivesse com depressão e muitas vezes os ouvi orando por mim.
A benção, por assim dizer, chegou! E em vários aspectos da minha vida.
Então, desejo esquecer as coisas tristes do passado e não ficar ansiosa com o que virá, como - Tenzin Gyatso, atual Dalai Lama nos ensinou:
“Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito.
Um chama-se ontem e o outro chama-se amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”

E por fim, que importa se o novo projeto não trouxer resultados econômicos a olhos vistos (dos outros)? O importante para mim será a satisfação por estar criando algo útil e belo, usando do dom especial divino que há em cada um de nós. Dom esse que vem desde a criação de Adão, primeiro homem para os cristãos, e que foi magnificamente retratado na Capela Sistina por Michelangelo.
E é assim que me sinto, como que tocada pelas mãos divinas. 

É bom obtermos retorno financeiro, fruto do reconhecimento pelo trabalho realizado com amor e dedição, mas que seja uma consequência, não o principal objetivo.
Devemos lembar sempre de outro ensinamento do Dalai Lama:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.”

(*) A Criação de Adão é um afresco de 280 cm x 570 cm, pintado por Michelangelo Buonarotti, por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis, no qual Deus cria o primeiro homem: Adão.
 

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