quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sem ele e sem mim...

Ele não fala comigo há tanto tempo! Eu disfarço, finjo que não me importo, mas  Deus sabe o quanto isso dói! Me sinto assim, como se estivesse morrendo um pouco a cada dia. Nem sei como ainda não tive depressão e , apesar de parecer alegre para as pessoas que convivem comigo, minha alma chora em silêncio. Em casa, em momentos de solidão como agora, sinto meu rosto molhado. Só, então, percebo que estou chorando. Um dia minha mãe me viu assim, quietinha nun canto da sala, e perguntou o que estava acontecendo. Eu levei um susto, e, meio constrangida, disse que tinha colocado colírio nos olhos.  Não consigo falar sobre os meus sentimentos com ninguém. Acho que todos me diriam para esquecê-lo, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Outro dia, uma das pessoas que parecem gostar de mim, e de certa forma, tentam me proteger dele (ou de mim mesma, sei lá!)  me viu separando um pedaço de torta dessas confraternizações que sempre organizamos e ao perguntar para quem era, e ouvir de mim que era para ele [que quase sempre  está numa reunião, entrevista, etc], me repreendeu, demonstrando pena, e ouvi comentando com outra colega, que tb ria da situação, que ele me maltratava sempre e eu nunca aprendia. Não dei importância ao comentário e fui até a sua sala. Observando aquela fatia, me sentia satisfeita por ter reservado o melhor pedaço para ele, com um morango... Com certeza, estaria com fome quando chegasse...  
 

É,  devo parecer uma louca mesmo!...
Como sempre gostei muito de literatura, me divirto, às vezes, tentando descrever o meu eu apaixonado como uma personagem machadiana, balzaquiana ou de Eça de Queiroz.  Mas, logo depois, concluo que são muito realistas (severas!), e realismo só dá para aplicar aos outros, nunca na gente, principalmente quando se está apaixonado.  
Uma melancolia tem me tomado nos últimos dias, sobretudo porque antecedem a um período muito longo longe dele. Só vou vê-lo em 2014, e nem vou receber um cartão de natal eletrônio. No ano passado me mandou um tão fofo que devo tê-lo visto umas trocentas vezes.
Meu mundo fica tão sem graça, quando ele está longe. Sobram as lembranças e as plantinhas dele para cuidar, enquanto não volta.
Nesse tempo, fico me perguntando, onde estará, o que fará, será que lembrará, um pouco que seja, de mim? 
Ainda assim, espero.... O que mais a fazer, se não consigo esquecer?...