segunda-feira, 15 de abril de 2013

"Quando o verde dos teus olhos...

 
... se espalhar na plantação....
eu te asseguro, não chores não, viu,
que eu voltarei, viu, meu coração..."
 
Ouvi outro dia papai dizer que a região nordeste está passando pela pior seca dos últimos sessenta anos. Não sei onde ele ouviu isso, já que quase não há notícias sobre o flagelo por que passa o povo nordestino.
As autoridades parece não se importarem. Se preocupam mais com as longínquas eleições presidenciais de 2014, do que com a seca hoje. Enquanto isso, o povo sofre.
 
Meu pai é nordestino como tantos outros que vieram para a capital em busca de uma vida melhor e a construção de um novo lar...Deu a mim e meus irmãos, na medida do possível, uma vida bem melhor daquela que teríamos se tivesse permanecido por lá.
Não sou nordestina, mas sinto ter o sangue do sertanejo nas veias, um sangue forte que, mesmo diante de tantas fragilidades, luta contra as adversidades.
 
Cresci ouvindo papai, o primeiro amor da minha vida, recitar poesias de Cordel.
Sempre teve o maior orgulho de ser nordestino... (fala isso para todo mundo) e,
também, de ter contribuído para a construção de Brasília.
Papai é um homem pequeno, aparentemente frágil, mas que tem uma saúde de ferro.
Que Deus abençoe meu pai querido!
E que olhe aquele povo, nossos irmãos, esquecidos de todos, até mesmo daqueles que já foram de lá. 
 

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